terça-feira, 14 de julho de 2009

CPI da Petrobras é instalada sob o controle da base governista

Claudia Andrade
Do UOL Notícias*
Em Brasília

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras foi instalada nesta terça-feira (14) no Senado com a eleição do senador João Pedro (PT-AM) como presidente, por oito votos contra três para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). A comissão irá investigar irregularidades na estatal petrolífera.
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O presidente eleito, indicado pela base do governo, já tomou assento e designou para a relatoria da comissão o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O vice será Marcelo Crivella (PRB-RJ).

João Pedro convocou a primeira reunião para depois do recesso parlamentar (dia 18 ao dia 31 de julho), dia 6 de agosto, às 10h, na qual será exposta a proposta de trabalho do relator e serão apreciados requerimentos da CPI.
Oposição critica CPI "chapa branca"

* Geraldo Magela/Agência Senado

Romero Jucá (PMDB-RR), à esq., é eleito relator da comissão, e João Pedro (PT-AM), presidente


"Acho importante ouvirmos o plano de trabalho do relator para que possamos começar a trabalhar para valer no sentido de dar uma resposta a esta Casa e à população", disse o presidente da CPI.

Com a instalação da comissão, começa a apresentação de requerimentos, que poderão ser feitos inclusive durante o período de recesso parlamentar. O Regimento Interno do Senado permite a apresentação dos requerimentos independentemente da proposta de trabalho do relator.

Durante a reunião de instalação, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) afirmou que a Petrobras tinha um sistema de meritocracia no seu corpo técnico, mas a partir do governo Lula isto foi substituído pela indicação política.

"O Congresso brasileiro tem o direito e o dever de fiscalizar a Petrobras com extrema responsabilidade e prudência. Não queremos transformar isso em campanha política. Somos contra aqueles que fazem da Petrobras instrumento de campanha política, como foi feito aí de forma vulgar em patrocínios", afirmou o senador, para quem as denúncias "são apenas a ponta de um iceberg".

Já o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu o trabalho da atual diretoria da Petrobras e, em resposta às críticas da oposição quanto ao fato de a base do governo não querer dividir os cargos de direção da CPI, disse que nunca existiu tradição de acordo quanto a isso. Tanto que, segundo ele, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, apenas integrantes dos partidos governistas teriam ocupado cargos de presidente e relator das CPIs.

Com informações da Agência Senado

* do UOL Notícias